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Ando Devagar porque já Tive Pressa

Ando Devagar porque já Tive Pressa

Voltei, queridos

Com tanto e com tão pouco, como sempre.

Enquanto a minha vida amorosa implode, a minha vida profissional cresce que nem uma louca.

Os meus dias têm sido, pretty much, malas. Viajei mais nos últimos meses do que o Papa em duas semanas. Verdade. Divido-me entre o Porto e Lyon.

Sim, Lyon. Fica nas Franças, bem perto dos Alpes. Congelo os dentes de cada vez que saio do Hotel. Ganho geada facial mas vale a pena. Vejam o quão bonita é esta cidade, mesmo estando cheia de pessoas muito pouco amistosas:

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Esta rua tanto me faz lembrar a ribeiro da Porto como Veneza num dia em que o aeroporto não descarregou 86932539 turistas

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Aquele cantinho ali, "Salon de Thé", consegue ser a segunda casa em Lyon. Serve chocolate-quente e chás, e bolachas, e tudo e tudo e tudo.

Olhem que fofo:

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(Sim, aquilo é um marshmellow banhado em chocolate.)

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Arrisco-me de bicicleta. Fujo à confusão dos transportes públicos, os quais, btw, são miseráveis. Não dá para confiar.  Por outro lado, uma viagem que demoraria 35 minutos pelo metro, demora 30 a pedalar. 

Fui atleta de alta competição para alguma coisa, não é? Este é o verdadeiro teste.

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Estava tanto frio que o nariz caiu no fim da viagem

Estava tanto frio que perdi o nariz pelo caminho

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Parece o cenário de Friends

 

Agora perguntam: Porque é que vives em Lyon?

Pois bem, além de ser jornalista freelancer em Portugal, também o sou neste estrangeiro em que se passa o dia a dizer Bonjour.

É aqui que ocupo as minhas horas:

 

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Quantos comentários vos apetece tecer sobre este edifício? 

Tem sido uma experiência muito boa. É uma espécie de Erasmus mas com 12 línguas à volta. Ah, e pagam-me.

 

Eu volto com mais histórias, está bem?

 

Au revoir!

NEW YORK HERE I GO

Decisão de última hora, sonho de anos.

Demorei pouco mais de uma hora a alistar tudo o que quero ver na cidade que não dorme. Devo dizer-vos que são imensas coisas. NBC e NYU estão lá, como devem saber, 'cause you all know me.

Quem me conhece pode estar, neste momento, preocupado com a minha saúde mental. Podem perguntar-se como é que tenho dormido de noite, como tenho respirado fundo, como tenho passado os dias sem me entusiasmar muito.

Well, a verdade é que tenho estado calma. Talvez porque estou na fase de planear e isso mantém o meu cérebro ocupado.

 

 

Sei que não vou sair com vontade. 

Vão ter que me arrancar de lá.

 

 

Adeus

 

Resta-nos ser livres

Há 80 anos morria o génio. Na altura, ninguém que por ele passava sabia quem ali estava. Não conheciam as personagens que lhe massacravam as noites, não sabiam das cartas que o alimentavam nem sabiam das verdades que se escondiam naquele baú de madeira.
Naquele 30 de Novembro de 1935, marcaram-se, numa folha de papel velho, o nome e a hora de um génio, como faziam com qualquer outro protagonista da morte. Não sabiam, na altura, que aquele corpo era vítima de si próprio e que o papel dele era tudo o que a vida lhe queria. Ninguém sabia, naquele hospital, que aquele génio ficaria vivo até aos dias de hoje.
Ele escrevia para ser livre mas só conseguiu ser recordado. Recordado por todas as vidas que criou, por todos os sentimentos que escreveu, por todos os estados de alma que tinha e por apenas um amor.
Fernando Nogueira Pessoa fazia hoje para ser recordado amanhã e nós, tal como ele nos diz na última frase que escreveu*, não sabemos o que o amanhã trará. Resta-nos ser génios de nós próprios, resta-nos ser livres, resta-nos fazer hoje para, quando o nosso nome for escrito no papel velho do hospital, sermos recordados por aquilo que de mais simples fizemos em vida: Termos sido livres.
 
 
* “I know not what tomorrow will bring”
29 de Novembro de 1935
 

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Fernando António Nogueira Pessoa

(13 de Junho de 1888 – 30 Novembro de 1935)

As filhas bilingues

Dezassete e cinquenta e dois, alfa, sentido Lisboa-Porto.

Duas irmãs, entre os sete/nove anos e com diferença de um ou dois entre elas. Vestimentas iguais, cor-de-rosa choque e, nos peitos, um "RL" - presume-se que sejam as iniciais da Ralph Lauren. Falam pelos cotovelos e falam em duas línguas. Inglês do Reino Unido e um português de Portugal com um sotaque a inclinar para o português do Brasil. A mãe, cabelo negro, olhos do mesmo tom, pele ligeiramente morena, claramente de origem indiana e fisicamente igual a Mindy Kaling. O “vovô” e a “vovó”, como as pequenas lhes chamam, nos bancos ao lado. Estes avós são portugueses. Ele lê o Expresso e ela, enquanto coloca vaselina à volta dos olhos, lê a Maria. Nota-se o sotaque do norte, enquanto perguntam às netas se querem o lanchinho que lhes trouxeram. As irmãs falam alto, e muito, não fossem elas crianças bilingues. Misturam o inglês com o português enquanto discutem quem adivinha as respostas de um jogo de traduções. Espalharam as folhas e as canetas na mesa dobravel do comboio, que haviam tirado da bolsa roxa que gritava o fenómeno Violeta, o qual, percebo agora, também chegou ao Reino Unido. Se a mãe ajuda nas respostas… elas gritam logo: "Pára de guess, pára de guess!". O vovô pede-lhes para falarem mais baixo mas pouco lhe adianta, até porque o jogo está a ficar divertido e o resto da carruagem já está a aceitar o nível dos decibéis.

Atrás de mim está alguém ao telefone, a falar de programação, projetos e versões de alguma tecnologia qualquer. Não conheço a pessoa mas não me vou atrever a virar o pescoço a 180 graus só para poder associar uma cara à voz que já estou a ouvir há uma hora. Longe de mim estar a furar onde não devo mas os meus ouvidos são livres e o meu cérebro acompanha-os. O discurso faz dele alguém eloquente, assertivo, rigoroso e profissional. Fala da sapo, da galp e de produtos importantes que pediram à empresa onde ele trabalha. Enquanto, por um lado, grita estrangeirismos tecnológicos, por outro, solta um “pá” e “gajos” mas nada disso faz dele menos credível. Uma das crianças, após tanta jogatina com a irmã e com a mãe Mindy, decidiu ficar enjoada. Enquanto trocam de lugares entre elas, a televisão mostra uma aula de ioga para cães. A criança decide piorar do enjoo e a mãe Mindy, como mãe coruja que é, vai procurar um saco para a filha bilingue vomitar. Toda a carruagem ouviu a viagem do almoço da menina para o saco que a mãe encontrou. Enquanto o almoço saía, os “upgrades do gajo” de trás estão a “correr muito bem” para que “já na segunda feira se façam os testes”. O vovô português está preocupado com a neta e a vovó já dorme; aquele dormir que só as avós têm. Aquele dormir em que, ao serem acordadas, afirmam que não estavam a dormir e que estavam "a ver a novela".

O meu vizinho do banco está a ler Pedro Mexia e, lá atrás e provavelmente ao lado do “gajo” da programação, está um casal de italianos. Oiço-os a falarem de pizza e de massas com molho de tomate. Mentira. Não é disso que falam, pelo menos fora do meu cérebro. As crianças bilingues já acalmaram, o vovô está quase a terminar o jornal, o programa de ioga para cães já acabou, o programador continua a sua reunião via telefone e eu…eu estou prestes a ir buscar um saco para mim, bem parecido com aquele que a mãe Mindy foi buscar para a cria.

 

 

Um post sobre a Mindy

Olhem quem chegou ao meu correio.

 

It's happening #mindykaling #iseveryonehangingoutwithoutme #book #newyorktimes #bestseller #newyorktimesbestseller

Uma foto publicada por Ana Serapicos (@anaserapicos) a

A Mindy. Ela. Toda num livro.

Desta vez em formato físico.

Já o tenho vindo a ler em iBook mas achei que este livro era para guardar numa prateleira a sério.

Sim, o Is everyone hanging out without me? já é de 2011 mas, perdoem-me, só "descobri" a Mindy em 2012, quando andava a vaguear pelo Wareztuga a tentar descobrir alguma série para ver porque a minha vida não andava, certamente, em modo bolinha vermelha, como aquele boneco do msn, o ocupado. 

Uma tarde de seca transformou-se no dia em que comecei a ver The Mindy Project*, que é uma série escrita e produzida pela Mindy Kaling**.

Now, here I am. 

Apaixonada pela Mindy.

(Sim, eu sabia que ela era do The Office*** mas só em 2012 é que decidiu mostrar a sua essência ao mundo)

Quanto ao livro, para quem lê uma série escrita por ela há já 3 anos e adora cada pa-la-vri-nha, e silaba, pois está claro...Pareceu-me que um livro escrito pela própria seria melhor do que uma maratona de três seasons da série. Oh, sim, uma excelente ideia. 

Ah, o próximo livro dela: why not me? sai a 29 de Setembro de 2015. 

Can't wait.

 

   

 

A, Picchi.

Páscoa das princesas

Decidi resumir-vos a minha Páscoa, sim, porque este canto é meu e eu é que decido as cenas, no geral.
-Domingo de Páscoa, dia 5 de Abril-
O meu pai passou o domingo a viajar para Los Angeles. 
Porto/Frankfurt, Frankfurt/ Calgary, Calgary/ Los Angeles
Saiu às 4 da manhã de casa e só há uns minutos é que chegou a Calgary.
Vale a pena. Afinal...vai para Los Angeles. 


A minha mãe foi trabalhar bem cedo e passou o dia a dormir porque vai trabalhar à meia-noite. 
Sim, bem vindos ao mundo dos mortais.


Eu fiquei alapada no sofá a ver os filmes da Páscoa. 
Sim, incluindo a espreitadela no "A Bíblia" na RTP1.
Sad Easter.


As que tiveram mais sorte ainda foram as minhas princesas lindas.
Como o Senhor ressuscitou, as minhas pretinhas tiveram direito a um petisco.
Uma saquinha de nhamis nhamis húmidos. 


Como vêem, há Páscoas bem iguais a qualquer outro dia.
 Comida e comida. Nem que seja para as princesas.


Adeus

Prateleira nova que parece mentira

Lá porque é dia das mentiras e lá porque isto parece mentira...não é.
Um? Não. Dois? Também não. Três! 
Os três que digo que vou encomendar há mil anos.
Já cá estão, na minha prateleira online.
Yeah.
Not that kind of girl - Lena Dunham
Bossypants - Tina Fey
Is everyone hanging out without me? - Mindy Kaling

Adeus

É importante

O mundo não é assim tão pequeno como muitos neste mundo dizem.
É grande. É grande para caraças e nós somos carraças para este planeta.
Quando o ego vos bater no auge é importante percebemos que é importante sabermos que é importante termos ego e é importante partilharmos isso com naturalidade. Não venham com egocentrismos gigantes aquando alguém grita que se adora. O ego mantém-nos vivos, a todos. 
A cada um de vocês, com egos que roçam o chão dos chãos, ergam-se, porra. Gritem que o mundo também é vosso e que vocês, por muito carraças que sejam, chegam para tudo, para todos e para todos os chãos dos chãos deste planeta ridiculamente gigante. É importante sabermos quando gritar ao mundo. Hoje é o dia. Hoje, amanhã e depois. 
Gritem, porra.


Shameless Season5

Adeus